domingo, 3 de maio de 2020

Des-Viu o que via

Ela despertou.
Passou anos tentando entender o que fazia dela a pessoa menos interessante e menos bonita de todo o planeta.

Já esteve nesse lugar? Ela já!
As horas online no aplicativo pra conversas não eram gastas com ela. Para ela restavam sempre as conversas básicas, curtas e rápidas. Só pra não passar em branco. Sabe? Não tinha tesão no diálogo. Paixão... INTERESSE. Sabe que aquela conversa que flui? Com vontade? Com interesse? Não com ela! Ele reservava aos outros.

As fotos do corpo? Não pra ela... Ela não estava ma lista dos seletos. Ele amava se exibir e ver corpos, era quase um vício... Mas ela não despertava isso nele. Nada nela Edespertava interesse nele... Ele já a possuía. Não precisava disso. Era assim que ele pensava. Mas ele a amava, era o que ele dizia. Passavandias, semanas... Sem nem se quer falar de sexo, tesão, vontades.... Esses assuntos assim como os outros ele preferia ter com os outros. Mas ele a amava muito e queria muito tê-la por perto. Sabe?

Ela tinha pessoas que falavam com ela por horas, como se fosse a melhor coisa do mundo, as fotos do corpo dela despertavam muito interesse, ela recebia fotos de Pessoas muito mais lindas, mais inteligentes e mais interessadas. Sabe? Pessoas que a faziam se sentir ÚNICA e incrível. Ela só queria ele. Ela só esperava as conversas... As fotos do corpo... O sexo com ele... Ela queria só ser dele. Ela queria o futuro e o Presente e todo o resto com ele... Ele queria que todo mundo massageasse o ego dele. Ser amado por ela não o fazia completo... Mas ele a amava... Sabe?

Na verdade... Ela despertou e percebeu que ele amava tê-la, mas ele NÃO AMAVA "ELA"


quarta-feira, 28 de agosto de 2019

QUASE

Ele quase acreditou que dessa vez 

dessa vez....

           Mas não C
                            A
                             I
                            U            
Nunca mais cairia. Conhece as regras do jogo.
       Não é mais manipulado. Não fica mais na reserva.
            Despertou para seu protagonismo. 
                  Nada de ser mais um na lista de opções.

sábado, 10 de agosto de 2019

O último Dia

Ele olhou pra ele ali. Parado.
Parado. Tinha movimento.
Mas pra ele estava tudo estático.

O tempo e o Espaço, pararam.

Ele o viu ali, sendo de outras pessoas.
Não havia novidades nas cenas.
Mas tudo era novidade.

Ele morreu mais um pouco.
Chorou escondido pela última vez.

Não deu o troco.
Os olhos do outro não viram nada que partisse um coração.

Ele saiu em paz. Exorcizado.

Corpo do morto encontrado e enterro realizado

Sabe como é?
Tem que existir o corpo. Os olhos precisam.

Enterrou os restos mortais do que sentia

Deitou e dormiu em paz.
Luto vivido em paz. Foi a última vez que o mundo parou.
Ele sabia que agora é a horad partir pra próxima.


segunda-feira, 29 de julho de 2019

Acredito que vou bem.

Ando dançando músicas que antes me faziam chorar. Consigo segurar alguns instintos que me tiravam e sugavam energia. 

Não sei ainda sobre o caminho, mas sigo com mais firmeza. Mais leve e menos louco. Mais velho e menos ansioso. 

O verbo amar passou a dar lugar ao "confiar" que tudo acontece como tem que acontecer. Minha fé não vacila mais. Vou sorrir muito e chorar às vezes apreciando a estrada que segue pra frente. E esta é a vida. Eu entendi. 

É,  acredito que vou bem.

sábado, 13 de julho de 2019

Ele se foi...
    Tira esse vestido de mim!
Ele se foi...

                            Eu tô livre.

Foi assim que a Yang e seu vestido de noiva despertaram.

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Dia 1.

Casa Nova.
Coração cheio de esperanças.
Cheiro de tinta.
Café tá pronto.
Cama ta quentinha.

Casa nova aqui dentro de mim.
Casa nova e eu dentro dela.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O Homem Bom


Para quem estava levando uma vida de 'quinta'.
Vem o acaso e te surpreende numa 'quarta'.
Para a manhã. 'Breakfast' e para a tarde. 'love in the afeternoon'.
Presente surpresa e algumas poucas palavras de dedicadas. dedicando a mim.
Doando-se. Dedicando-se a mim


"O primeiro de muitos, para você guardar no nosso mundo. Um mundo onde os homens de bom coração possuem 'vez'". 
Obrigado por me fazer sorrir quando não tenho vontade de sorrir...


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Amor em baixa


Dia desses me flagrei pensando sobre a necessidade do amor e em como essa necessidade se faz, gritantemente, presente em nosso dia-a-dia. Esse fato me deixa bastante perturbado. O amor está em baixa. Sim, o amor está ausente.
E eu me refiro ao sentimento em sua essência, àquele que vai além desse – pequeno – que encontramos panfletado por aí, é àquele que faz as pessoas melhores e maiores. O amor ao outro, ao próximo, (sendo aqui mais religiosamente correto – sem querer ser piegas) e também ao amor próprio, já que mesmo este e, ainda principalmente este não compõe o hall dos sentimentos dos aflitos seres que vivenciamos nos dias de hoje.
Os motivos da abstração do amor (repetirei o nome dele, o amor, propositadamente) ao mesmo tempo em que são fáceis de se observarem da superfície, também são aqueles causados pelos medos, anseios e na falta de algumas virtudes.

Passei a levantar opiniões diversas sobre o tema e após argumentações das mais variadas – realmente variadas – a conclusão foi unânime: o amor não é e nem será novamente vivido em sua plenitude como acontecia com outras gerações; eram outros os tempos. Por agora, não amamos uns aos outros na mesma proporção e nem com a mesma intensidade com que competimos uns com os outros. Para compensar, também não odiamos e ainda tentamos ser altruístas. Somos cooperativos, companheiros e amigos, mas não amamos. Não amamos. Não como define a essência do verbo, com tudo o que se encerra exatamente no verbo.

É triste o fato de isso parecer algo pessimista ou cético em relação a nós seres humanos, mas sendo ou não triste, é o que é. É assim que se apresenta e não aponta uma luz no final. Sabe aquela sensação de que o final do filme não vai satisfazer nossas expectativas? Passamos então a controlá-las. A mim parece isso mesmo. Algo parecido com aquelas comédias românticas inglesas, ou do Woody (o Allen) ou do Garry (o Marshall), elas nos agradam e nos fazem sentir bem, mas terminam e nos deixam frustrados, e nos perguntando: cadê o amor? Mas quero saber daquele que nos deixa felizes, se é pedir muito que seja em todo, pelos menos que seja a maior parte do tempo. 

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Rafa


RAFA

Pode pensar o que quiser. Não me ofendendo e não me importo de ser confundido. Tudo isso me amplia, me liberta dos condicionamentos. Não é um julgamento, é uma referência. Não me sinto desaforado, nem nada. Não me sinto incomodado, não me sinto diminuído, não me sinto constrangido. E também se não me chamar... Cara pálida! Aliás... eu sou inteligente e sim, eu converso com ênfase. Muita ênfase. Sou sensível. Pra Sempre. Pode dizer... Eu me preocupo com os detalhes. E com o que nem merecia a mínima. De vez em quando eu dou água para as samambaias, pérolas aos porcos e carne de primeira aos cães. Me preocupo com a vaidade. Nada de descabido. Me preocupo com a verdade. Nada de novo. Sim, eu guardo segredo. Eu os guardo como relíquias. Me importo com as palavras, até as que não foram ditas ou ficaram apenas na intenção. Sim, eu tenho muito bom senso, inclusive o de humor. Sou discrente no passado e carente pelo futuro. Ok, eu tento acertar ao escolher as roupas. E agora eu até curto cuidar do corpo. Eu afino e defino traços. Sim, sempre falei sobre sexo sem vergonha e amo dançar levantando os braços. E Chamam de gay, de hétero, de brega e louco. Bicha e maconheiro eu deixo pra canção do Cazuza (ad eterno). Aliás, hoje em dia ser bichinha é super in, cult e tals. Mas maconheiro? Tão anos 80, lá ainda tinha seu charm mas hoje em dia né! Com tantas coisinhas químicas. So out. Mas enfim. Eu até choro sem tais consolos, e nem uso os lenços e os meus pesadelos passaram na infância. Sim, eu dobro toalha de mesa como se fosse um pijama de seda. Sou aberto e me livrei dos preconceitos ( o comentário sobre a ervinha weed está longe de ser um julgamento, tadinha). Eu posso andar de mãos dadas com os anéis. Yeah, eu assisto a um filme para me organizar no escuro e reinventei uma concepção sobre a sexualidade humana, reinventei meus princípios, reinvento o meu rosto de noite, não morri no ventre e tenho uma mãe que beira a perfeição. Numa conversa eu procuro a cor da íris, o castanho dos cílios. Sou muito bom! Sou o melhor amigo das amigas e dos amigos. E o sou de verdade. Sem clichês ou lugares-comuns que me enojam. Aceno ao máximo no aeroporto, na rodoviária ou no ponto de ônibus nas depedidas de quem gosto, chamo o táxi com grito, me importo com o sofrimento do outro, com a rejeição, com o medo do isolamento e não tolero a omissão, a inveja, o rancor. Não tolero esses sentimentozinhos rélis que teimam em dominar as cabeçinhas ocas. Sim, eu vou esperar sua primeira garfada antes de comer e nunca mesmo vou palitar os dentes. Eu desabafo os sentimentos diante de um copo de vinho ou de um copo de água. Eu sou o mesmo. Digo que amo sem vergonha e de peito-tórax abertos e digo com verdade. Pois é, sou mesmo generoso com as perdas, e muito mais com as pseudo-perdas. Nunca economizo elogios e coleciono sapatos. Sou educado e isso é mais forte do que minha vontade às vezes. Sou espontâneo, estou vivo para não me reprimir na hora de escrever e poder falar o que quiser e não fazer de conta.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Calendário

Esquecerei o ontem, simplesmente porque me esquecer torna-se mais fácil. 
Esquecer do hoje não faz do hoje algo sem importância, mas isso é meu. Está em mim. 
Os "ontens" precisam mesmo desaparecer e os amanhãs serão mesmo incertos.
Eu sou o meu ontem, o meu hoje e o meu amanhã e eles fazem minhas lutas e derrotas e vitórias e cicatrizes e alegrias e aprendizados e erros e acertos.... 

terça-feira, 10 de maio de 2011

Qualquer maneira de amor vale a pena. (uma reflexão sobre a lei aprovada pelo STF)

E desde então, sou porque tu és
E desde então és, sou e somos
E por amor
Serei... Serás... Seremos...”
Pablo Neruda

Os gays de todo o Brasil que sonhavam e esperavam já podem comemorar. A quinta-feira, 05 de Maio de 2011 tornou-se um marco na evolução democrática brasileira. O Supremo Tribunal Federal reconheceu, a partir de votação, com unanimidade de votos a favor, que é legítima e legal a união homoafetiva, a união entre pares do mesmo sexo, o casamento gay (os termos variam). Com isso os homossexuais passam a ter direitos dentro do casamento e (bate na madeira) com o término dele, tais quais os adquiridos em uma união heterossexual oficializada. Os direitos são os mesmos, salvas algumas não esclarecidas exceções (típico).
Não igualaram-se as uniões, na verdade elas equipararam-se, segundo a nova lei. A leitura nos permite concluir (como leigos pensantes) que ainda não se dá aos pares do mesmo sexo o status de “entidade familiar”, reconhecem-se apenas como um “casal gay” dentro de uma união estável. Sem querer trocar em miúdos a discussão sobre esse assunto que já foi, em outras épocas, considerado tabu, conclui-se que o avanço foi enorme mas deixa a sensação de um grito mudo, com ares de hipocrisia velada. Mas, aqui é Brasil e por aqui os gays conseguem ter reconhecido o direito de oficializarem sua união antes mesmo de terem o direito de andar pelas ruas, trocar carinhos ou manifestar afeto em público sem correr os riscos todos, inclusive o de morte.
O maior avanço, ou ainda, o mais aguardado, seria a criminalização da homofobia. Os “politiqueiros” deveriam voltar as atenções mais fortemente sobre esse tema. Os gays se casam e vão comemorar onde? Passearão em quais parques com os filhos? Vou me repetir: hipocrisia velada, sim, de uma lei votada por votantes tolerantes (tolerantes?). A notícia rende ótimas manchetes mundo afora e as agressões, os xingamentos, as demissões ou não contratações de gays continuam acontecendo internamente.
Igualar, equiparar, ser aceito como casal, ser encarado como família, ser monogâmico, ser dependente, herdar os bens, ser amado, ser feliz... Os verbos e adjetivos ficam por conta do Houaiss ou do Neruda. Acabei sendo catártico demais. Não estou me posicionando contra a lei recém-nascida, aliás, sou entusiasta de todos e quaisquer direitos adquiridos, com ou sem luta, mas acho, realmente, que existiam outros mais urgentes e que atenderiam aos direitos primários do ser humano homossexual, inclusive o de ir e vir, de mãos dadas e em paz.

Rafael Maligeri    em CULTURE-SE

domingo, 9 de janeiro de 2011

Up Man

Há tantas maneiras diferentes de se perder. Eu já experimentei algumas delas... PERDER-ME de mim mesmo (medo!) e já me senti tão perdido a ponto de me sentir sem direção. Para dizer o mínimo e não ser TÃO dramático (yes, I can!). Eu sei exatamente qual é o preço que se paga quando se perde uma mão. Algumas outras vezes eu tive a sensação de ter encontrado o céu na terra... até que perdi (e perco) novamente. Mas graças ao DEUS ainda vivo (estando vivo). E como DIZIA Maysa (ela não diz mais...que pena. Aliás, diz sim. Bendita seja!!): "Se meu mundo caiu... eu que aprenda a levantar!". Eu não perco o foco e sei que ele é o fundo do poço... SIM! o fundo mesmo, já que é lá onde encontrarei as molas que me trarão de volta (assustou agora não é meu caro? E eu lá gosto de estar em baixo? NUNCA!! É só pra buscar a mola mesmo). Perco os dedos e me resta minha mão e ainda me ficam os braços... Deja vu (não é? - mas o que não é?). Nas horas em que me vejo "so lost!" eu descubro quão alto é o silêncio mesmo enquanto ouço todas as vozes ao redor... o silêncio é quem mais grita e se faz ouvir.... e eu tentando ouvir a VOZ interior (shit!). Perde-se muito quando se cai na real. Eu perco! Sabe aquele gosto doce de que a felicidade poderia ser PERSONIFICADA e virar um ser animado e você pensa então: Essa é a primeira e é a última. Enough! Nós perdemos O AMOR quando nos ocupamos fazendo planos e O deixamos escapar. Eu não o deixarei mais. Acompanhe-me caríssimo (e pacientíssimo) leitor nessa reflexão!! Passe adiante essa corrente... quem sabe a gente se segura nela e não se perde nunca mais!!??!! Next?????

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

No Esconderijo. E ele sou eu.

Ele guarda em segredo um esconderijo. Lá é o seu porto seguríssimo. A ninguém seria permitido invadir. Ou a alguém foi permitido. Não, fora necessária solicitação. Nem prévios avisos. Ele simplesmente decidiu. Ele acha-se protegido. Esse esconderijo foi sim calculado e inventado. Não foi o acaso que o presenteou com uma surpresa doce. Ele nem reconheceria algo que lhe parecesse doce. Acostumou-se ao que é, às vezes, levemente amargo. Pra não aparentar uma superioridade de fachada. Acha-se dentro de um ritmo suave. Ele não gosta de coisas ocas. Sempre interessou-se pelas coisas que estão sob a casca.Ele quebra a casca e quebra o gelo.Ele quebra a castanha na dobradiça da porta e faz café na cafeteira.Você se diverte com as estranhezas dele. Todos os dizem inteligentes e engraçados. Ele ainda sente-se abundantemente feliz apenas por passar-lhe pela cabeça privilegiada que você sente coisas boas por ele.Você o faz sentir-se especial e também o excita. Eles acham-se bonitos. Naqueles dias - você sabe... Ou naqueles dias...Bbom, você também sabe.Você sempre vem. Ele nunca vai. Ele ainda está feliz.Ele é feliz agora que criou esse esconderijo. Lembra? Acham-se tão pertos. Ele, aliás, adora confundir quem o vê do lado de fora, sem entrar. Ah, sim. Para você. Você o ama agora

Mas... Ele ama você. Apesar dele e de você. Apesar de... Eles se amam.

Do jeito que a vida ensina...

e o coração em fragmentos...
um é aquele em que está a imagem de você usando aquela sua blusa que eu odeio, e que você adora, outro está sem entender porque você não diz nada, finge que não sente, mas nem sabe fingir. e outro tenta me esconder coisas que eu sei que são. outro me dá a mão e me entende. outro nem me escuta, e me julga sem saber. outro me chama de lindo, de gostoso, de o melhor do mundo. outro não diz. outro não sabe o que dizer. outro não sabe como dizer. outro prega o amor -parasempreamém-. outro puxou o tapete e ainda estou caindo.outro está afundado em garrafas de bebida e cinzas de cigarro. e outro está louco por sexo. muitos outros estão loucos por sexo. e por pós-sexo. minha testa no teu queixo, meu eu te respirando. um diz que quer ficar e o outro do lado o lembra que tem que ir. um quer mais é que se foda e que eu deixe pra trás. e outro diz pra eu ir pra praia, tostar no sol e viver a vida. e diz pra eu ir olhar o mar, os campos, as flores. e diz pra eu viajar, e não me prender e jogar fora essa maldita âncora. e outro só quer viver tudo de novo. e de novo. e de novo. outro quer que todo dia seja domingo. domingos de cama, edredon e nada pra pensar, pra fazer, pra problematizar. sempre domingo e sempre com você. outro só quer você por perto. e o engraçado é que nenhum deles te deixa ir. não quer. não dá. não dou. o outro tem certeza de que você é minha paz... meu porto seguro. ( e por hoje sem maiúsculas ) 

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Eu já sei nadar...

Venha, não tenha medo. É só o mar.
Não, eu não sei nadar.
Eu te ajudo, vem. Confia, vem. Estica a perna assim, abre o braço assim. Respira assim. Vem. Mas eu não sei.
Mas eu tô aqui. Olhe meus olhos tão arregalados, como posso guardar mentira aqui? Eu posso cantar pra você, eu posso te segurar, eu posso ficar aqui até você conseguir.
Eu não sei.
Tá perto. Vai. Solta da borda. Eu sei, você já foi parar no fundo. Mas agora é diferente. Tá mais raso. E eu tô aqui. Eu vim do outro lado do oceano. Eu vim só por sua causa. Vem, larga da borda. Pode vir. Eu vi você como você é e é por isso que estou aqui. Confia.
Não sei.
Pode vir. Não tem mais ninguém. A borda é para os peixes pequenos. Solta, isso, relaxa a cabeça no meu peito. Não tem fundo mas eu te ajudo a flutuar. Você pode. Calma. Afoga um pouco no começo, cansa, desespera. Mas você quer como eu quero?
Quero.
Então eu te ajudo. Vem. Isso! Segura em mim. Paz. Azul. Agora, você está quase conseguindo. Falta só metade. Você está quase chegando...

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