Gostaria mesmo de fazer parte, de ser um ítem complemnetar.
Gostaria mesmo de sê-lo.
Me vejo, a contragosto, estando ao contrário do que sempre desejei,
do lado mais de fora quanto se é possível.
Saca a parte mais afastada, como se fosse o outro la da rua. Da rua não... do outro lado da lua.
Aquele lado que se esconde no escuro. Todos temos a face cuja verdadeira beleza não vem à luz. Como um direito que não nos foi concedido. Ela fica lá, esta face, e não está morta, tão presente que é, nem ao menos está adormecida.
Gostaria mesmo de que antes nos fosse possível, ou ainda me fosse possível iluminar isso tudo.
Abrir as janelas e depois as cortinas e deixar que tudo se esclarecesse e se clareasse abundantemente. Saca aquele horário do crepúsculo... às 6:30 da tarde, em que o dia se torna insossamente cinza e nostálgico, pois sim, todos temos nossa porção crespucular, o diatambém o tem. O dia também é gente, nesse momento ele é; a cidade é gente com sua cara feia em seus recantos. A cidade e suas luzes e sua profunda escuridão. A gente se perde no escuro e a cidade tem, no seu escuro, escondida naquelas luzes uma solidão triste e superpovoada.
Ninguém está salvo de sentir-se só. Mesmo no meio desse superpovo. Saca aquele horário ao qual me referi anteiormente... A mesma tristeza e a melancolia e a mesma falta de cor das 6:30 da tarde... Pois é, faça uma visita à estação da Sé de metrô. Sente-se na plataforma num daqueles acentos que quase se escondem num cantinho naquela imensidão, escolha um dos muitos destinos, mas não embarque e continue na plataforma... Apenas obervando por alguns minutos àquela multidão que se aglomera e instantaneamente some dentro dos vagões e despois se aglomera denovo, e isso se repete e repete... Casais se encontram e se despedem, amigos se encontram no acaso da solidão cinza, barulhenta e povoada.
E como eu realmente gostaria de me sentir parte componente disso tudo.
Estar dentro.
E isso tudo pode ser eu, e pode ser você. E já perdi e reencontrei minha cidade.
Mas não entendo.