quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Amor em baixa


Dia desses me flagrei pensando sobre a necessidade do amor e em como essa necessidade se faz, gritantemente, presente em nosso dia-a-dia. Esse fato me deixa bastante perturbado. O amor está em baixa. Sim, o amor está ausente.
E eu me refiro ao sentimento em sua essência, àquele que vai além desse – pequeno – que encontramos panfletado por aí, é àquele que faz as pessoas melhores e maiores. O amor ao outro, ao próximo, (sendo aqui mais religiosamente correto – sem querer ser piegas) e também ao amor próprio, já que mesmo este e, ainda principalmente este não compõe o hall dos sentimentos dos aflitos seres que vivenciamos nos dias de hoje.
Os motivos da abstração do amor (repetirei o nome dele, o amor, propositadamente) ao mesmo tempo em que são fáceis de se observarem da superfície, também são aqueles causados pelos medos, anseios e na falta de algumas virtudes.

Passei a levantar opiniões diversas sobre o tema e após argumentações das mais variadas – realmente variadas – a conclusão foi unânime: o amor não é e nem será novamente vivido em sua plenitude como acontecia com outras gerações; eram outros os tempos. Por agora, não amamos uns aos outros na mesma proporção e nem com a mesma intensidade com que competimos uns com os outros. Para compensar, também não odiamos e ainda tentamos ser altruístas. Somos cooperativos, companheiros e amigos, mas não amamos. Não amamos. Não como define a essência do verbo, com tudo o que se encerra exatamente no verbo.

É triste o fato de isso parecer algo pessimista ou cético em relação a nós seres humanos, mas sendo ou não triste, é o que é. É assim que se apresenta e não aponta uma luz no final. Sabe aquela sensação de que o final do filme não vai satisfazer nossas expectativas? Passamos então a controlá-las. A mim parece isso mesmo. Algo parecido com aquelas comédias românticas inglesas, ou do Woody (o Allen) ou do Garry (o Marshall), elas nos agradam e nos fazem sentir bem, mas terminam e nos deixam frustrados, e nos perguntando: cadê o amor? Mas quero saber daquele que nos deixa felizes, se é pedir muito que seja em todo, pelos menos que seja a maior parte do tempo. 

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Rafa


RAFA

Pode pensar o que quiser. Não me ofendendo e não me importo de ser confundido. Tudo isso me amplia, me liberta dos condicionamentos. Não é um julgamento, é uma referência. Não me sinto desaforado, nem nada. Não me sinto incomodado, não me sinto diminuído, não me sinto constrangido. E também se não me chamar... Cara pálida! Aliás... eu sou inteligente e sim, eu converso com ênfase. Muita ênfase. Sou sensível. Pra Sempre. Pode dizer... Eu me preocupo com os detalhes. E com o que nem merecia a mínima. De vez em quando eu dou água para as samambaias, pérolas aos porcos e carne de primeira aos cães. Me preocupo com a vaidade. Nada de descabido. Me preocupo com a verdade. Nada de novo. Sim, eu guardo segredo. Eu os guardo como relíquias. Me importo com as palavras, até as que não foram ditas ou ficaram apenas na intenção. Sim, eu tenho muito bom senso, inclusive o de humor. Sou discrente no passado e carente pelo futuro. Ok, eu tento acertar ao escolher as roupas. E agora eu até curto cuidar do corpo. Eu afino e defino traços. Sim, sempre falei sobre sexo sem vergonha e amo dançar levantando os braços. E Chamam de gay, de hétero, de brega e louco. Bicha e maconheiro eu deixo pra canção do Cazuza (ad eterno). Aliás, hoje em dia ser bichinha é super in, cult e tals. Mas maconheiro? Tão anos 80, lá ainda tinha seu charm mas hoje em dia né! Com tantas coisinhas químicas. So out. Mas enfim. Eu até choro sem tais consolos, e nem uso os lenços e os meus pesadelos passaram na infância. Sim, eu dobro toalha de mesa como se fosse um pijama de seda. Sou aberto e me livrei dos preconceitos ( o comentário sobre a ervinha weed está longe de ser um julgamento, tadinha). Eu posso andar de mãos dadas com os anéis. Yeah, eu assisto a um filme para me organizar no escuro e reinventei uma concepção sobre a sexualidade humana, reinventei meus princípios, reinvento o meu rosto de noite, não morri no ventre e tenho uma mãe que beira a perfeição. Numa conversa eu procuro a cor da íris, o castanho dos cílios. Sou muito bom! Sou o melhor amigo das amigas e dos amigos. E o sou de verdade. Sem clichês ou lugares-comuns que me enojam. Aceno ao máximo no aeroporto, na rodoviária ou no ponto de ônibus nas depedidas de quem gosto, chamo o táxi com grito, me importo com o sofrimento do outro, com a rejeição, com o medo do isolamento e não tolero a omissão, a inveja, o rancor. Não tolero esses sentimentozinhos rélis que teimam em dominar as cabeçinhas ocas. Sim, eu vou esperar sua primeira garfada antes de comer e nunca mesmo vou palitar os dentes. Eu desabafo os sentimentos diante de um copo de vinho ou de um copo de água. Eu sou o mesmo. Digo que amo sem vergonha e de peito-tórax abertos e digo com verdade. Pois é, sou mesmo generoso com as perdas, e muito mais com as pseudo-perdas. Nunca economizo elogios e coleciono sapatos. Sou educado e isso é mais forte do que minha vontade às vezes. Sou espontâneo, estou vivo para não me reprimir na hora de escrever e poder falar o que quiser e não fazer de conta.

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