Dia desses me flagrei pensando sobre a necessidade do amor e em como essa necessidade se faz, gritantemente, presente em nosso dia-a-dia. Esse fato me deixa bastante perturbado. O amor está em baixa. Sim, o amor está ausente.
E eu me refiro ao sentimento em sua essência, àquele que vai além desse – pequeno – que encontramos panfletado por aí, é àquele que faz as pessoas melhores e maiores. O amor ao outro, ao próximo, (sendo aqui mais religiosamente correto – sem querer ser piegas) e também ao amor próprio, já que mesmo este e, ainda principalmente este não compõe o hall dos sentimentos dos aflitos seres que vivenciamos nos dias de hoje.
Os motivos da abstração do amor (repetirei o nome dele, o amor, propositadamente) ao mesmo tempo em que são fáceis de se observarem da superfície, também são aqueles causados pelos medos, anseios e na falta de algumas virtudes.
Passei a levantar opiniões diversas sobre o tema e após argumentações das mais variadas – realmente variadas – a conclusão foi unânime: o amor não é e nem será novamente vivido em sua plenitude como acontecia com outras gerações; eram outros os tempos. Por agora, não amamos uns aos outros na mesma proporção e nem com a mesma intensidade com que competimos uns com os outros. Para compensar, também não odiamos e ainda tentamos ser altruístas. Somos cooperativos, companheiros e amigos, mas não amamos. Não amamos. Não como define a essência do verbo, com tudo o que se encerra exatamente no verbo.
É triste o fato de isso parecer algo pessimista ou cético em relação a nós seres humanos, mas sendo ou não triste, é o que é. É assim que se apresenta e não aponta uma luz no final. Sabe aquela sensação de que o final do filme não vai satisfazer nossas expectativas? Passamos então a controlá-las. A mim parece isso mesmo. Algo parecido com aquelas comédias românticas inglesas, ou do Woody (o Allen) ou do Garry (o Marshall), elas nos agradam e nos fazem sentir bem, mas terminam e nos deixam frustrados, e nos perguntando: cadê o amor? Mas quero saber daquele que nos deixa felizes, se é pedir muito que seja em todo, pelos menos que seja a maior parte do tempo.